A flexibilização das relações trabalhistas, marcada por uma maior autonomia e liberdade dos funcionários, faz parte da cultura de grandes empresas de tecnologia e startups. Com ambientes mais descontraídos e o incentivo à criatividade, também são desenvolvidos parâmetros diferenciados de produtividade e trabalho em equipe. Mais do que aplicar modelos engessados de avaliação de desempenho, tais empreendimentos exigem novas formas de mensurar os resultados individuais e do grupo.
De modo geral, a avaliação de desempenho tem o propósito de identificar habilidades e características que devem ser desenvolvidas pelos funcionários - tanto para o crescimento profissional na empresa, quanto na vida pessoal. Porém, existem várias críticas quanto aos modelos adotados e a maneira como os resultados são mensurados, ainda mais em empresas como startups, que são compostas por um novo perfil de trabalhadores.
Em empresas tradicionais, as avaliações são aplicadas com pouca frequência, com parâmetros desconectados das atividades e do comportamento da equipe, resultando em apenas mais um processo interno, vago e genérico. Não por acaso, muitos empreendimentos deixaram de aplicar a avaliação de desempenho. No entanto, o problema não está no método adotado, e sim na maneira como é aplicado.
Um dos principais erros é considerar que qualquer pessoa pode avaliar a equipe - o que não é verdade, pois esse tipo de análise envolve distintos conhecimentos de psicologia e outras áreas. Sem um profissional que compreenda, por exemplo, os anseios e o modo de ser da geração millenium (que a cada dia ocupa mais vagas no mercado de trabalho), há chances da organização perder talentos ou não reconhecer meios de desenvolver seus funcionários.
Uma questão, que por vezes não é levada em conta, é como a empresa fornece meios e ferramentas de aperfeiçoamento para os trabalhadores? Se, por exemplo, foi detectado que a maior parte da equipe está com baixa produtividade, será que o problema não é o acúmulo de trabalho? Permitir que os funcionários possam indicar dificuldades e falhas da empresa, em um diálogo aberto e sem medo de penalizações, é fundamental para o crescimento e aperfeiçoamento do negócio.
Assim, com a avaliação de desempenho, os gestores da empresa podem trabalhar tanto na qualificação dos funcionários quanto na otimização de demandas internas. O processo pode ampliar a retenção de talentos e aperfeiçoar as boas práticas de departamento pessoal.
Métodos de avaliação de desempenho para startups
Em empresas tradicionais, a avaliação de desempenho dos funcionários pode ser aplicada a partir de inúmeros métodos e critérios, como frequência, pontualidade, produção e trabalho em equipe. Contudo, em startups e empresas de tecnologia que buscam desenvolver uma cultura de inovação contínua, a análise de desempenho é baseada em outros parâmetros.
Nestas organizações, muitas vezes os funcionários acabam realizando processos e atividades que não são mensuráveis ou compatíveis com as suas atividades, como reuniões e avaliações sobre o produto ou serviço. Em uma startup, mais do que o volume de entregas ou tarefas realizadas, o trabalhador deve desenvolver o produto ideal para o mercado - o problema é que isso envolve incontáveis etapas, inclusive erros que podem levar a pivotar o negócio.
O empreendedor e autor da metodologia Startup Enxuta (que dá nome ao livro com mesmo título) Eric Ries indica que a produtividade em startups deve ser medida de forma diferente, principalmente pela imprevisibilidade que essas empresas atuam. É importante destacar que os métodos tradicionais de avaliação de desempenho podem ser aplicados em startups, mas a partir de fatores e critérios especiais.
Se em empresas tradicionais, tais análises são realizadas uma ou duas vezes ao ano - nos negócios de TI e startups, a avaliação de desempenho é constante e indicada por feedbacks dos gerentes e líderes da empresa. Um modelo adotado mundialmente, é o One-on-one, no qual são realizadas conversas mensais rápidas com foco no desenvolvimento profissional e acompanhamento na empresa.
Para uma análise mais crítica e detalhada, alguns modelos podem ser aplicados por profissionais externos (conforme a necessidade) e pela própria equipe. Dentre as opções, destacamos:
- 360 graus: avaliação de desempenho baseada na análise dos colegas, gestores, fundadores, clientes e todos os membros que fazem parte da organização - incluindo, uma auto-avaliação do funcionário. A vantagem desse modelo é obter vários feedbacks da equipe e ao final desenvolver um plano de aperfeiçoamento em conjunto com os gestores.
- autoavaliação: neste modelo, o próprio profissional pode indicar habilidades que devem ser aperfeiçoadas, assim como dificuldades e pontos a serem desenvolvidos. Outro benefício da autoavaliação é conhecer os sonhos e propósitos dos funcionários - que em uma startup ou qualquer empresa serão fundamentais para guiar as atividades desenvolvidas.
Com os resultados das avaliações, é essencial criar metas e objetivos que visem o desenvolvimento dos funcionários na empresa em determinado período - pelo menos a cada três meses. E, principalmente, realizar um monitoramento do cumprimento das resoluções assumidas por cada um.
Se você tem dúvidas sobre como avaliar o desempenho dos funcionários em sua empresa de tecnologia ou startup, entre em contato conosco e acompanhe nossas publicações aqui no Blog.